Materiais novos para iniciar as aulas?!

Maria Belintane | 28 dez 2019

Materiais novos para iniciar as aulas?!

Sempre é hora de refletir sobre nossos atos de consumo. 

Nos dias de hoje, vivemos uma crise hídrica de grandes proporções. Todo produto consumido tem, em sua produção, a utilização de água. Ou seja, economizar água vai além de fechar a torneira. 

Gostaria de apontar a relação Água X Material escolar. Chamo a atenção de todos para um item muito simples e comum, a lista de materiais escolares solicitadas pelas escolas, ao início de todos os anos letivos. Gostaria de destacar dois aspectos.

O primeiro diz respeito ao fato de que as crianças e adolescentes, em sua grande maioria, iniciam o ano com todos os materiais escolares novos: lápis, borracha, apontador, cadernos, mochila. Basta olhar as salas de aula e os materiais reluzentes em cada carteira e, destaco outro ponto, algumas vezes esses materiais são renovados logo após as férias de julho! 

O segundo aspecto recai no fato de que as pessoas não têm o hábito de fazer uma análise, examinar, separar e limpar para reaproveitar os materiais. É “mais prático” comprar tudo novo. Além de não ser saudável para o bolso, comprar materiais escolares sem necessidade, impacta severamente o meio ambiente. Consideremos que cada aluno descarte, anualmente, 30 folhas de sulfite que ficaram amassadas, cinco cadernos com sobra de 30 folhas cada um. Total de 180 folhas que poderiam ser utilizadas e não foram. Segundo o Instituto Akatu, são necessários 10 litros d’água para produzir uma folha de sulfite A4! A aritmética é bem simples: 180 folhas descartadas representam 1.800 litros de água. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece o consumo mínimo per capita de cem litros diários de água para saciar a sede, ter uma higiene adequada e preparar os alimentos. Sendo assim, teremos 18 dias de água que foram para o lixo.

Enquanto cidadãos, temos o compromisso com o meio ambiente e com a nossa formação de consumidor consciente, demonstrada nas mudanças de hábitos. 

As mudanças ocorrem quando passamos a reaproveitar, reutilizar, ressignificar todos os produtos que possuímos. Ao fazer isso, aprende-se a recusar produtos supérfluos, ou seja, a dizer NÃO para o consumo desnecessário. Não ao consumo impulsivo de nossos filhos que querem materiais novos (ou seremos nós?!). Não ao desejo de comprar materiais ilustrados com personagens famosos de TV ou de desenhos animados. Eles não precisam de toda linha de produtos de seu personagem favorito, um ou dois itens serão suficientes para atender sua necessidade de faz-de-conta. 

Procure observar que há alguns cadernos do ano passado que estão em condições de ser reutilizados e que podem dar sequência às anotações escolares. Os meus filhos sempre deram sequência na utilização de seus cadernos e garanto que não ficaram traumatizados por isso.

A customização pode ser feita em cadernos, estojos, bolsa. Limpeza dos materiais também dá uma cara nova! 

Lembre-se também de que, se um ou outro material necessitar de reposição, ao longo do ano, você, com certeza, conseguirá um preço muito melhor do que os praticados agora. 

Então, coloque a ideia em prática. 

Um beijão!